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A invenção da mentira

25/01/2010

Meu velho amigo, o gordinho de outro estado, me recomendou esse filme há uns 10 dias, mas só pude assisti-lo sábado. Deveria ter visto antes.

“É a sua cara, me lembrou bastante de você”, disse ele. Ok, então sou um grande mentiroso? Justo eu?

Mas não se trata (só) de mentiras. Pois é claro que um filme sobre a invenção da mentira teria a invenção da religião, a invenção de um ‘homem no céu’, e como pessoas não enxergariam a ‘verdade’ puramente por conveniência.

O genial Ricky Gervais, que no filme é Mark Bellisson, é um escritor frustrado (ha!) que conseguiu mentir num mundo onde não há mentiras. Não há sequer a palavra ‘mentira’. Ele a inventou. E ninguém é capaz de entender isso, pois todos só dizem a verdade – doa a quem doer (e às vezes doi mesmo).

É como se houvesse um bloqueio mental para não mentir (e, depois, para ninguém entender por que razão alguém não diria a verdade). As pessoas se tornam ríspidas e muito, muito sinceras. Se elas não gostam de você, elas dirão isso. Na sua cara.

O filme é bem medíocre, uma fraca historinha de amor com a clássica tentativa de dar uma lição de moral. Mas as sacadas são geniais.

Ao ver sua mãe morrer triste por saber que a morte ‘é uma eternidade de nada’, Mark mente ‘vendendo’ a ela uma imagem do paraíso, com muito amor, felicidade e uma mansão para cada uma das pessoas.

Sua mãe, então, morre feliz. A cena é bem dramática, na verdade, pois Mark sabe que é mentira. Mas o médico e as enfermeiras que cuidavam da paciente ouvem tudo e logo pensam que Mark é alguém que sabe tudo sobre a morte. Lembre-se: as pessoas sempre vão acreditar no que você disser.

O povo logo pressiona Mark para saber o que de fato há depois da morte. Ele tenta corrigir seu ‘erro’ criando uma espécia de ’10 mandamentos’, dizendo que conversa com o ‘homem do céu’, o responsável por tudo de bom (e ruim) que acontece na terra.

Não digo o que acontece para não estragar o filme, pois as piadas com a religião são geniais: já perto do fim do filme há uma igreja, que é chamada de ‘lugar calmo e tranquilo para conversarmos sobre o homem do céu’.

Um religioso extremo jogaria água benta ou expurgaria os demônios do filme (depende da religião, claro). Um religioso comum apenas veria piadas. Eu enxergo várias e várias ironias. Mas, infelizmente, o mundo é todo de religiosos comuns que não percebem que acreditam numa grande mentira.

E se realmente não pudéssemos mentir?

Não daria certo.

Na verdade, já não deu. Se vocês bem lembram, a primeira versão da Matrix era assim, uma utopia, todos felizes. De acordo com o Agente Smith, não deu certo. Não aceitamos esse mundo, recusamos viver assim.

Mas eu gostaria de tentar novamente.

Kirschblüten – Hanami

21/01/2010

Nunca é tarde demais para realizar um sonho e começar a viver.

É dessa frase que vem toda a emoção de Kirschblüten – Hanami, ou simplesmente “Hanami: Cerejeiras em Flor”.

Há filmes em que você sai do cinema em êxtase pela ação (Avatar?!), puto pelo final (Matrix Revolutions!), numa boa, tranquilo (qualquer merda da Disney) ou querendo quebrar tudo e pegar seu dinheiro de volta (Xuxa?). Mas são poucos os que me deixam pensando na minha própria vida.

Hanami mostra um casal já idoso, com uma mulher que faz tudo pelo seu marido chato e ranzinza. “Não me imagino fazendo algo sem meu marido”, diz a mulher, sabendo que ele em breve morrerá.

Ela, então, tenta fazer com que seu homem acorde pra vida, mas sem contar a ele sua doença. Aliás, isso é uma ironia desgraçada: você precisa se ver morrendo para acordar e viver?

Mas aí a morte vem, e depois de quase uma hora o filme começa de verdade. Só que não é o marido que morre.

E ele vai ao Japão em busca de sua esposa, para entender o que aconteceu e descobrir onde ela esta de verdade. Aos poucos ele percebe o papel da mulher em sua vida. Vê como ela ficou presa em nome do amor a dois e como ela se dedicou para torná-lo feliz.

Para homenageá-la, só há uma coisa a ser feita: realizar os últimos sonhos de sua mulher, sonhos que seriam realizados a dois.

A segunda parte do filme tem uma carga emocional fortíssima, mas não por ser triste. Ver o marido ‘acordar’ e perceber o que perdeu é, na verdade, muito feliz. Feliz pois, como a frase diz, nunca é tarde para realizar um sonho e começar a viver.

Ehhh… Às vezes a morte chega e realmente nos acorda.

Não precisa ser a morte de uma pessoa, pode ser de qualquer coisa. Um objeto, um sentimento, uma aventura, uma paixão, um amor.

No que eu pensei tanto? Ora, sou o que dizem por aí. Chato, mal humorado, ranzinza, bravo. Não quero que uma morte me faça acordar pra vida. Quero acordar antes que isso aconteça.

Ou já acordei, talvez.

Mas meus sonhos aos poucos são realizados.

Je N’aime Que Toi

02/01/2010

Já sei o que eu quero fazer este ano.

Na verdade eu sei já há algum tempo.

A cena mostra três coisas das quais eu farei. Mas nenhuma esta relacionada ao fato de o Garrel ter duas garotas (lembrem-se: é o mesmo filme em que ele começa com duas e termina com um – e isso não quero pra mim 🙂).

Um bom ano a todos.


Long live the king: Apalpar a bunda de uma morena, enfiar os dedos onde não deve e escorregar na rua. Acertei?

Avatar

18/12/2009

Um esboço do filme foi feito ainda na década de 80. No meio dos anos 90 o cara resolveu tirá-lo da gaveta, mas teve de ouvir “ARE YOU CRAZY? NÃO TEMOS TECNOLOGIA PRA ISSO! VIAJE PARA O FUTURO DO SEU FILME… E FILME-O!”.

E aí deram aquele filme meloso pra ele fazer. Sua megalomania custou o que ele tinha a receber adiantado pela produção, quando ele bateu o pé exigindo uma maquete enorme do Titanic “em troca dos milhões que tenho a receber agora”. O resto, todos sabem.

Se você é, como eu, um dos caras que dizia COEH JAMES CAMERON TRAIDOR DO MOVIMENTO NERD!, poderia tê-lo perdoado antes mesmo de Avatar, devido à sua ajuda na descoberta do túmulo secreto da família de Jesus. (Ajuda financeira, especificamente. Deus abençoe os milhares de cristãos que assistiram a Titanic!)

O cara de Exterminador do Futuro 1 e 2, de True Lies, de Aliens… fazendo um melodrama quase mexicano como Titanic foi de matar. Mas se Deus existe, ele realmente escreve por linhas tortas.

Quase 20 anos depois do primeiro esboço, 15 anos depois da primeira tentativa de filmagem, Avatar finalmente ficou pronto.

E eu digo, amigos: é tão melô e clichê quanto Titanic, mas muito nerd e revolucionário.

E os nerds adoram isso. Quem não vibrou pelo romance de Trinity e Neo com aquelas câmeras bullet time? Quem não teve sonhos bizarros com a Princesa Leia acorrentada por Jabba the Hutt para servir de escrava sexual?

Avatar tem tudo que fez de Titanic um sucesso, PLUS a tecnologia e suas novidades. Câmeras “dentro” das cenas (aliás, praticamente todas as cenas são computadorizadas), projeção 3D perfeita, mundo sci-fi mesclado a uma colorida e belíssima natureza… e uma história muito atual: se o filme fosse lançado há 15 anos, hoje o veríamos como visionário; mas tenho certeza que em 15 anos, o veremos como “eco-chato”.

É indescritível. Você se sente dentro do planeta Pandora. Você sonha ser um Na’vi – ou estar na pele de um dos azulões grandalhões, já que Avatar significa justamente isso, “algo ou alguém controlado por outra pessoa”.

E daí que o filme é previsível? Você torce pelo que de fato acontece.

E daí que ele é um puro clichê romântico com pitadas de drama e eco-chatismo? Você quer que os mocinhos fiquem juntos, quer que a natureza seja salva e preservada.

Não há reviravoltas, mas há algumas surpresas. E você sai do cinema sentindo estar conectado a este novo mundo criado por Cameron, esperando desde então pelas sequências.

E eu mal posso esperar por Avatar 2 e 3.

Dou meus 10 pães de queijo e um copo médio de Guaraná Kuat Eko pelo filme. Vale a pena.

Em seu gênero e estilo – épico blockbuster norte-americano de ação -, Avatar é realmente o filme da década.

DESEJO

17/12/2009

“O filme da década.”

“Não, não, é O FILME dos últimos 40 anos!”

“Não! É a MAIOR e MELHOR ‘criação’ desde que Deus ‘criou’ o mundo!”

Logo saberei se Avatar é realmente tudo isso.

Essas frases acima são de gente que já assistiu ao filme lá fora, e em poucas horas deverei ser mais uma das pessoas venerando a criação máxima de James Cameron, mais conhecido como o Rei do Mundo.

Mas de uma coisa eu já sei: é, sem dúvida alguma, muito melhor que qualquer coisa que Deus já tenha criado.

Os ingressos que comprei são para uma exibição em 3D. Será minha primeira no cinema (ui), então espero que a labirintite seja boazinha e me deixe curtir o filme.

VAI SER MAGICOW.

KE MAGICOW!!!!!

KE MAGICOW!!!!!

Há duas coisas pelas quais aguardo ansiosamente essa semana. A primeira delas virá logo mais (Avatar, duh). A segunda virá no domingo.

Sim, tecnicamente domingo é “semana que vem”, mas enfim…

TEREI DEZ DIAS DE SOLIDÃO EM MINHA CASA.

Dez dias longe de pais e de gente torrando minha paciência.

Dez dias andando pelado, indo dormir tarde e acordando cedinho.

Dez dias de muita festa e dorgas mano riariria RISOS rçrçrç

Dez dias que ficarão na história.

Dez dias de EPIC WIN.

Enfim, os 10 melhores dias do ano! rsrsrs RÇRÇRÇ!!!11

E estão todos convidados.

Lá fora, chove

13/12/2009

Pequenas histórias do interior me encantam, apesar de não serem suficientes para me dar vontade de deixar uma megaLOLpole como São Paulo.

Lembro de um fato que um dos pretos do #gamerom contava. Não sei quem é: se um de vocês que estão lendo lembrar (ou se for VOCÊ), deixe um recado após o Michael.

Tal pessoa dizia que toda manhã aparecia no horizonte um senhor que iria buscar, numa padaria, quatro pães e um leite. Todos os dias, todas as manhãs, faça chuva ou faça sol, lá no horizonte aparecia o senhor.

E o autor dessa história (real?), filho do dono da padaria, já preparava os pães e o leite do velho, assim que o avistava. Sem nem saber seu nome: eles não trocavam palavras. Apenas pães, leite e dinheiro.

O cotidiano às vezes pode ser mágico, basta prestar atenção.

Assisti a “Carne”, um curta do meticuloso Gaspar Noé que antecede a “Sozinho contra todos”, já comentado por aqui.

É a história resumida do açougueiro contada no início de “Sozinho…”, mas em versão extendida (40 minutos) com mais sangue quente, sangue frio, sexo e carne de cavalo.

O curta foi filmado em 1991. Sozinho contra todos foi lançado em 1998. Assistindo a um e a outro fica quase impossível notar diferenças na câmera, no som, no visual dos personagens e, principalmente, na fotografia do filme. Seis ou sete anos que parecem apenas seis ou sete meses.

“Sozinho contra todos” não deixou nenhuma dúvida, portanto “Carne” não responde a nada. Mas é curioso reviver a história do açougueiro, ver como tudo aconteceu e apreciar sua carne de cavalo. Não sem antes assistir a um cavalo sendo morto.

Enfim, um trabalho meticuloso.

Meticuloso. Ahn? Hein? Me-ti-cu-lo-so.

Faço isso só pra forçar um comentário seu, Ca 😛


Long live the king: Meticulosos e perfeccionistas como eu, ATOOOROOONNN.

Sozinho contra todos… É irreversível

26/11/2009

Seul contre tous (1998)
Título em português: Sozinho contra todos

Furioso. Denso. Polêmico. Visceral. Poderoso. Excitante. Insano. “Sozinho contra todos” é um desses filmes que recebem tais adjetivos. Ele é tudo isso mesmo, mas costumo resumir o lenga-lenga numa só palavra: TENSO.

Tão tenso que em certo momento o filme “avisa” que o que virá a seguir é chocante, parando de exibir qualquer cena e colando um enorme aviso na tela: “Você tem 30 segundos para deixar de assistir à projeção”.

Tão tenso quanto “Irreversível” (Irréversible, 2002), que é aquele filme que você provavelmente nunca assistiu, mas sabe que existe devido à (tensa) cena de estupro da (deliciosa, peituda, gostosa, linda, maravilhosa) Monica Bellucci.

Gaspar Noé, argentino doentio, é o responsável pelos dois filmes: dirigiu e escreveu. Em “Irreversível” ele deixa sua marca em longas tomadas sem cortes (“plano sequência” – inclusive no estupro), usando câmera nervosa e posterior edição de imagens para avançar minutos no tempo e nas cenas. Um efeito bacana, mas prejudicial para frescos com labirintite (como eu).

A marca do diretor em “Sozinho contra todos” também envolve câmera e edição de imagens. Para dramatizar ainda mais algumas cenas, ouve-se um estouro e a câmera rapidamente avança para um close em algum rosto ou objeto. É de dar medo, principalmente por você não esperar por isso.

Em “Irreversível”, o início do filme é, na verdade, o fim da história. Você só saberá o que esta acontecendo na metade da fita. E só perceberá que a história possui muito romantismo ao chegar ao fim de seus mais de 90 minutos – que seria, na verdade, o início do enredo. Tenso é acabar o filme e ver que aquela aparente felicidade se tornará uma desgraça, com o namorado e o ex-namorado da (peituda gostosa etc) Monica Bellucci caçando o estuprador num clube gay na França.

Já “Sozinho contra todos” mostra o enredo de forma habitual. Há um joão-ninguém que é apresentado apenas como “açougueiro”, sem nome para identificá-lo. Mas ele é também um joão-ninguém na vida, um velho frustrado pelos constantes fracassos. Um velho com uma filha, que é o único motivo para ele não dar cabo em sua vida. E este velho ainda teria outro filho, que é morto na mais chocante cena de todo o filme.

Praticamente não há atuações: o diálogo do velho açougueiro é com o espectador, numa incessante e alienante narração em off. Enquanto cenas passam em silêncio na película, apenas com a narração ao fundo, mergulhamos acuados na insanidade do açougueiro, pobre e jogado à sorte na vida, incomodado com estrangeiros e em busca de vingança contra nazistas. Contra todos que o aborrecem, na verdade. “Serei o maior heroi da França”, diz ele, não muito convicto de seus planos.

Mas tal como “Irreversível”, em “Sozinho contra todos” há muita poesia e romantismo por trás de tanta demência. O fim é chocante, mas dos mais belos que já vi. Inesperável – e não mais tenso.

E aí você percebe que todo ser humano pode ser salvo pelo amor, seja qual for este amor, ou de que forma ele vier.

Você percebe que todos carregam uma moral, como um objetivo na vida. Resta encontrar esta moral.

Trailer? Nem rola. “Sozinho contra todos” é tenso até no trailer: não há cena alguma, apenas a narração. No lugar do trailer, fique com os minutos iniciais do filme:


Long live the king: Por que eu não comentei ontem?

Dans Paris

25/11/2009

Dans Paris (2006)
Título em português: Em Paris

Este é, provavelmente, o mais difícil texto que escreverei em anos. E o mais pessoal também.

Motivo, razão, causa e circunstância moram nesta frase: “Você vai se identificar bastante (com o filme)”. Quem me disse isso foi a mesma pessoa que me recomendou todos estes (excelentes) filmes comentados neste (tosco) blog.

Eu vou me identificar bastante…  E realmente me identifiquei. “Duro é escrever sobre o filme sem deixar de comentar sobre minha vida”, eu disse a ela dias atrás. E este texto foi escrito e reescrito várias vezes durante a semana.

“Você vai se identificar bastante”… Com estas palavras eu quis assistir a Dans Paris todos os dias. Mas comecei a pensar se essa vontade vinha do filme ser excelente ou de ele mostrar, no início, exatamente tudo aquilo que passei: uma previsível separação amorosa de fim melancólico e conturbado.

Mas Dans Paris não é só sobre a tristeza do fim de um amor. Seus minutos inicias são fundamentais para entender a depressão que se segue, para um posterior reencontro com a felicidade nas pessoas que, em certo momento, dizem não ligar para nossa tristeza.

No filme, aliás, há frases que parecem ter sido lapidadas por anos. “É possível que uma história de amor nos faça saltar de uma ponte?” e “Tire um tempo para ignorar a tristeza da sua família” são minhas preferidas. De tão simples, são geniais. E é aí onde se esconde a genialidade das coisas: na simplicidade, naquela sensação de “por que não pensei nisso antes?”.

No filme há uma separação, e isso esta bem explícito.

Mas há, ainda, a volta de um homem ao seu antigo lar, junto daqueles que realmente se importam com ele – apesar dos pesares. Pai, irmão, mãe (distante) e irmã (morta) são seu refúgio. Ele mostra estar deprimido, mas a conversa aos poucos o faz bem. Seu pai, preocupado. Sua mãe, quer saber a verdade.

Seu irmão, quer curtir a vida e mostrar que nela há diversão, que tudo vale a pena. Inclusive foder com três mulheres num só dia e em cada foda pensar que esta fazendo isso pelo seu irmão depressivo. Essa é a maneira de ele dizer que não liga para sua tristeza quando, na verdade, faz tudo por você.

Há cenas marcantes e de sutilezas impecáveis, como quando o pai dá um tapa em seu filho ao repreendê-lo por um ato egoísta. A resposta dele é só uma: rir. Rir do tapa, de apanhar. Mas tal risada é justamente a resposta que o pai queria e buscava em seu triste filho. Resposta que não vinha com conversas e sopinhas.

Tiro o chapéu para três momentos em que o casal separado conversa. O primeiro, após uma transa. “Covarde! Você prefere me foder do que admitir que você não me quer!” diz ela, que completa: “Me amar demais para me machucar, é isso? Seu amor é mais sobre lealdade ao passado. A idéia de me machucar aterroriza você.”

A segunda cena, quando a mulher confessa rezar pelo amor de seu (ex)marido todas as noites, para ela “acreditar” que o amor existe e é recíproco. Só que rezar para um amor é tão inútil quanto rezar para Deus. Rezar, orar, clamar… tudo isso só serve de alento para o que queremos. Fé e esperança.

A terceira é esta abaixo.

Por dois minutos, não respirei. Uma belíssima cena – propositadamente não colocarei as legendas.

Raramente comento sobre o trabalho dos atores, mas não posso deixar de exaltar a interpretação conjunta nesta cena. Do início ao fim.

Para os interessados, aqui o trailer de Dans Paris.

Ma Mère

22/11/2009

Ma Mère (2004)
Título em português: Minha Mãe

Recomendado numa discussão sobre “pessoas bizarras e doentes”, o filme é bem tenso. Vejamos: temos um filho católico, uma mãe puta, um pai submisso e “doente” e um cenário paradisíaco – mas conhecido por suas noites nada tediosas (as Ilhas Canárias, da Espanha).

Logo no início, temos uma rara sinceridade de um pai dizendo ao filho que sua vida mudou após seu nascimento e que ele usa uma máscara desde então, com saudades da vida independente e liberal de outrora. Claramente um filho indesejado, um acidente. Mas o pai sabe que a mãe é pior: “não a culpe”, diz ele ao filho. A máscara dela é um peso ainda maior.

A mãe logo revela o que é. E o garoto aceita aos poucos, não sem antes descobrir a sala da perversidade de seu pai. A cena é bem tensa, bem pesada. Um aviso pelo que vem à frente, com mais situações desnecessárias.

Quem aguentar assistir a tudo isso terá na segunda metade do filme algo mais leve e interessante, mas ainda tenso. A cena em que o filho pede à sua “amiga” para mostrar o que sua mãe já fez (num artifício para que ele aceite o que ela é) não deixa de ser pesada, mas é memorável. O ponto alto da história.

Claro que um enredo assim não terminaria bem. O título do filme dá a dica: o amor de um filho que, já um jovem adulto, descobre o que sua mãe é de verdade. Um amor que ele nutre desde sempre, mesmo não tendo convivido com ela por alguns anos. O fim é previsível. A forma como isso acontece é que incomoda.

Post random sobre qualquer merda da vida

16/11/2009

Delicioso é curtir a vida sem se apegar a algo ou alguém, sem se importar para o que pensam e tendo você mesmo suas opiniões sem medo das consequências. AMRITE?

Só que tudo isso são apenas palavras vomitadas numa frase pronta. Não é tão fácil, nem tão simples. Se você não quiser se passar por palhaço, louco ou idiota, você tem que atuar. E atuar é um saco, mesmo para quem faz isso por profissão (como as putas pagas).

Você não atua? Ah rapah, então tu se faz de paiaçolocodiota, so sorry. Sim, é problema seu: você gosta de ser isso. E não adianta dizer o contrário, porque é assim que as pessoas te enxergam. Palhaço.

Não sou ator. Meu irmão é. Mas acho que sou mais ator do que ele.

Só que não gosto disso. E com isso eu PIRO A CABESA.

Tenso. Mas graças ao meu velho amigo Caffeine, meus dias estão sendo cada vez menos frustrantes.

Ah, em tempo: pau no cu do primeiro, do segundo, dos seguintes e do último que disser que esse post é gay.

Les chansons d’amour é um filme meio musical, meio drama, meio comédia que me foi recomendado sábado passado. No mesmo dia assisti, sem grandes pretensões, mas já sabendo que gostaria devido aos 10 primeiros minutos no youtube.

Vendo estes dez minutos você espera muita sacanagem. Mas desligue seus neurônios sacanas, senão vai se arrepender duramente, arduamente, cegamente.

Não é um filme difícil. É só sentar, relaxar e aproveitar, curtindo suas músicas (ah, palavras cantadas…) e tentando manter sua mente aberta.

Me cativou ver que o filme começa feliz sendo triste e termina feliz quando, para muitos, seria triste. Mas a maior das tristezas em nossas vidas, porém, pode trazer muitas alegrias.